quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

José Hilário Ajalla Retamozo

Vida e obra - (1940 – 2004) O mais autêntico tesouro dos jesuítas
Retamozo influenciou mais de uma geração de poetas e compositores gaúchos, exercendo importante papel formador na tradição e na cultura sul-rio-grandenses José Hilário Ajalla Retamozo, natural de São Borja, nasceu em 13 de janeiro de 1940. Foi casado com a advogada e também poetisa Aldira Correa Retamozo, com quem teve 5 filhos. Sócio - fundador da Estância da Poesia Crioula e seu ex-Presidente, o poeta já foi qualificado por seu também falecido amigo e ilustre poeta Aparício Silva Rillo, no prefácio de seu livro “O Tesouro dos Jesuítas”, como um artista que “molda à sua maneira o barro sensível que a inspiração e a sensibilidade lhe colocam às mãos”.
Coronel da reserva da Brigada Militar, corporação à qual dedicou-se por 35 anos, e onde sempre foi destaque; Retamozo foi também professor, ensaísta e escritor, com livros que já passaram de 30 mil exemplares distribuídos. Dentre eles, destacam-se Reduto de Bravos, Rodeio do Tempo, Provincianas, Lua Andarenga, Rodeio Crioulo, ABC do Brigadiano, Cantos Provincianos e Décimas e Milonga; ABCdário Leonístico e ABC do 4º dia – os dois últimos em parceria com a esposa; poeta, com mais de cem Troféus, obtidos em diversos Festivais de Música e Poesia, dentre os quais está o 1º lugar da 4ªCalifórnia da  Canção de Uruguaiana, em 1974, com a Canção dos Arrozais. 
Retamozo também foi membro da Academia Rio-Grandense de Letras, onde desenvolveu renomada atividade literária, e foi Diretor do Instituto Estadual do Livro. É autor de diversas canções brigadianas, pelas quais é conhecido nacionalmente nas Polícias Militares, e de hinos para alguns municípios do Estado, dentre os quais Rosário do Sul, São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões.
Em 16 de setembro de 2002, Retamozo recebeu a Medalha Simões Lopes Neto, honraria do Governo do Rio Grande do Sul para personalidades de destacada importância para a cultura do Estado. Na mesma época, o poeta deve parte de sua obra musical editada em CD pela USA DISCOS, em projeto denominado Autores Gaúchos.
Retamozo era diabético, e há cerca de três anos lutava contra o Mal de Alzheimer. Sua morte foi ocasionada por uma parada cardio-respiratória, às 15h15 do dia 19/09/2004. O poeta foi sepultado no Cemitério João XXIII, às 16h do dia 20/09/2004, um dos dias mais importantes do ano para o gaúcho e tradicionalista que foi desde piá.Cargos, atividades associativas e importantes ações Sócio-fundador da Estância da Poesia Crioula
Membro da Academia de Letras da Fronteira Sudoeste, cadeira nº 45 
Sócio-fundador da APESP – Correio Brigadiano
Diretor do Instituto Estadual do Livro
Membro da Academia Sul-rio-grandense de Letras, cadeira nº 40
Editor de diversas Antologias de Poetas Brigadianos
Autor dos Hinos de Rosário do Sul, São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões
Autor do Hino do Clube Farrapos
Autor do Poema “De Braços Abertos”, pelo qual é conhecido em todas as Polícias Militares do
Brasil e do mundo
Citado em diversas Antologias Poéticas e Enciclopédias de Cultura Brasileira no país e no mundo
Vencedor dos concursos de poesia do Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria e do Concurso
Estadual de Poesias do III Rodeio Crioulo Internacional de Alegrete
Algumas obras publicadas
Rodeio do Tempo
Editora Palotti, 1966, Porto Alegre
Cantos Provincianos Editora Movimento, 1980, Porto Alegre
Canto de Amor a São Borja Martins Livreiro Editor, 1982, Porto Alegre
Lua Andarenga Editora Movimento, 1982, Porto Alegre
Garruchas Cruzadas Martins Livreiro Editor, 1982, Porto Alegre
ABC do Brigadiano MBM / Feplam, 1982, Porto Alegre
Tentos e Loncas – Poetas e Poetas da Estância da Poesia Crioula Age Editora, 1993, Porto Alegre
Em parceria com Rui Cardoso Nunes e Zeno Cardoso Nunes
Canto Livre / Provincianas / Rodeio Crioulo / Reduto de Bravos / Décimas e Milonga
 

Jornal A Razão – Santa Maria
Dia 21 de setembro de 2004.
Cultura
Poesia gauchesca perde José Hilário Retamozo
Terça-Feira – 21/09/2004
O compositor nativista José Hilário Ajalla Retamozo, faleceu no domingo à tarde devido a complicações do Diabetes. O corpo foi sepultado ontem em Porto Alegre.
Para quem conheceu a pessoa ou as letras do compositor nativista José Hilário Ajalla Retamozo, o 20 de setembro foi mais triste ontem. Ele faleceu no domingo à tarde devido a complicações do Diabetes. O corpo foi sepultado ontem em Porto Alegre, onde morava. José Hilário tinha 64 anos e deixa esposa e cinco filhos. 
O compositor nasceu em 13 de janeiro de 1940, em São Borja. Mesmo publicando obras que homenagearam a cidade, José Hilário deixa mais pobre a poesia gaudéria de todo o Rio Grande do Sul. Foi jurado da Tertulha Musical Nativista da Estância do Minuano, em Santa Maria, e de outros tantos festivais do Estado. Foi sócio-fundador e presidente da Estância da Poesia Crioula, diretor do Instituto Estadual do Livro e pertencia a Academia Riograndense de Letras.
Ainda na juventude começou a compor, se dedicando à linha nativista e tradicionalista. O secretário de Cultura de Santa Maria, Humberto Zanata, que conheceu o compositor, conta que ele chegou a ser colaborador do Jornal A Razão no final dos anos 50. Lembra ainda que a letra e música “Canção dos Arrozais”, de autoria de José Hilário, foi a vencedora da 4ª Califórnia da Canção Nativa, em Uruguaiana, em 1974. O intérprete foi Riograndino Oppa. Conforme Zanata, junto a Apparício Silva Rillo, José Hilário pertencia à linha mais refinada da poesia gauchesca. “Era um poeta mais sintonizado com a modernidade, tanto em relação à temática quanto à forma de trabalhar. Utilizou-se de todas as formas de criar ou fazer poesia. Produzia poemas mais tradicionais, metrificados, quanto livres”, destacou Zanata. O compositor também responde pela autoria das letras dos hinos de Rosário do Sul, São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões.
Em 1998, o coronel de reserva da Brigada Militar, formou-se em Direito na Pontifícia Universidade
Católica (PUC) e Porto Alegre. Em Santa Maria, moram uma das irmãs e a mãe.

Fonte: clicrbs.com.br

FOI O HOMENAGEADO DA 5ª QUADRA DA SESMARIA DA POESIA DE OSÓRIO.

JOSÉ HILÁRIO AJALLA RETAMOZO
Coronel da Reserva da Brigada Militar, sempre foi destaque dentro e fora da corporação a qual dedicou 35 anos de sua vida profissional. Na Brigada Militar foi Comandante de Esquadrão, em Uruguaiana e Alegrete, Comandante de Companhia em Taquara e Osório, Comandante da Operação Golfinho do Litoral Norte, Chefe da Diretoria de Ensino da BM, Secretário do Estado Maior da BM, Chefe do Estado Maior do Policiamento da Capital. Foi Chefe da Comissão Editorial da Brigada Militar. Em reconhecimento aos bons serviços prestados foi condecorado com as medalhas de Bronze, Prata e Ouro, Medalha de Reconhecimento Grau Bronze e o Troféu Sesquicentenário de Criação da Brigada Militar.
Compôs canções brigadianas, como Canção do Cadete, e hinos para alguns municípios do Estado, dentre os quais se destacam: Rosário do Sul, São Luiz Gonzaga e São Miguel das Missões. É conhecido nacionalmente nas Polícias Militares pelo seu poema “Braços Abertos” uma ode ao policial militar. 
Advogado, professor, escritor, ensaísta e poeta. Casado com a poetisa Aldira Corrêa Retamozo, pai de quatro filhos. Autor de inúmeras obras de poesia e história do Rio Grande do Sul. Dentre as quais se destacam: Reduto de Bravos; Rodeio do Tempo; Lua Andarenga; Provincianas; Cantos Provincianos e Décimas e Milongas. Seus livros já atingiram a marca de 30 mil exemplares distribuídos. 
Membro da Academia Sul-rio-grandense de Letras onde desenvolveu reconhecido trabalho literário, foi Diretor do Instituto Estadual do Livro. Membro e atual Presidente da Estância da Poesia Crioula, entidade de lides literárias essencialmente campeiras. 
Pelo excelente trabalho cultural desenvolvido no âmbito da comunidade rio-grandense, Retamozo foi citado em obras literárias de nível nacional, inclusive na Enciclopédia de Literatura Brasileira, do professor Afrânio Coutinho. 
Laureado em diversos Festivais de música e poesia, coleciona cerca de uma centena de troféus nas mais variadas premiações. Dentre as principais: 1º lugar em Poesias inéditas no Rodeio Internacional da Vacaria, o 1º lugar na Califórnia da Canção de Uruguaiana e o mais recente na Tafona da Canção Nativa e Sesmaria da Poesia Gaúcha de Osório. É constantemente convidado a atuar como jurado em vários concursos literários e Festivais no estado, dentre os quais a Tafona da Canção Nativa e a Sesmaria da Poesia Gaúcha.

JOSÉ HILÁRIO RETAMOZO é um artista que plasmou sua sensibilidade nas terras coloradas de São Francisco de Borja, o primeiro dos Sete Povos, terra onde nasceu à 13 de janeiro de 1940. Missioneiro que é, seu canto se levanta como resposta de beleza a tudo quanto lhe deu seu berço natal, neste extremo de Pátria que se debruça sobre os peraus e remansos de seu rio Uruguai.
JOSÉ HILÁRIO RETAMOZO, homem de rara sensibilidade, está fazendo uma viagem de retorno ao seu próprio âmago. A contenção de linguagem em muitos dos seus poemas é bem a mostra do que somos, principalmente na região da fronteira: de poucas palavras, porém com coração do tamanho do mundo para abrigar amizades que perduram para muito além dessa existência mundana. Como Diz o Poeta:

Há timidez de gestos escondidos
no amargo chimarrão que vai e vem,
e abraços nunca dados, recolhidos,
no mundo sem razão de querer bem...

José Hilário Retamozo é uma voz que se afirma provinciana, comprometida com suas raízes. Poeta regionalista que, pelo trabalho paciente na palavra, vai cantando de modo específico um tipo de homem e, assim, atinge o universal.
Aparício Silva Rillo, ao prefaciar o “O Tesouro dos Jesuítas” diz: “O poeta se propõe a inventariar o muito que ainda falta desde a objetiva sensível dos nossos poetas. Como todo o artista, Retamozo molda à sua maneira o barro sensível que a inspiração e a sensibilidade lhe colocam às mãos. O índio e o padre que canta no seu verso foram, talvez intencionalmente, desvestidos de sua condição humana, e nos são apresentados numa moldura ideal, retocando-os de sol e distância, luares, mistérios e eternidade. Retamozo é um poeta e, aos poetas, importa mais o mágico que o lógico, mais a projeção da figura que a figura, mais o desenho da pedra que o seu peso. “O Tesouro dos Jesuítas” traz a marca inconfundível de seu traço de artista, a pureza de manhã de seus poemas, o telurismo que ressuma de seus versos limpos como água de cacimba do mato. E, mais, a condição que lhe podemos emprestar de inventarista sensível de grande parte do legado material e cultural que nos deixaram os Sete Povos.”

JOSÉ HILÁRIO RETAMOZO! Destaque no panorama cultural do Rio Grande do Sul.


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