Darcy Fagundes nasceu em 1925, na cidade de Uruguaiana e era o primogênito de uma família de 11 irmãos, entre eles o apresentador Antonio Augusto Fagundes, Aldo Batista, João Batista, Euclides Fagundes Filho e Júlio César. Foi casado três vezes, deixando um filho do primeiro casamento, três filhas do segundo e um garoto do terceiro, com dona Liliana.
Ele foi contratado em 1955 pela rádio Farroupilha para ser o ajudante de Paixão Cortes em um programa sobre tradicionalismo gaúcho que ainda não tinha nome. A idéia do programa surge através do diretor da rádio Farroupilha Otávio Augusto Vampré que combinou a estrutura junto com Cortes.
O programa era dividido em invernadas, isto é, tinha uma parte com duplas e trios, tinha uma parte de trova, uma parte de humorismo, uma parte de declamação e uma para a orquestra sinfonica da Farroupilha. Foi nesta época que Darcy criou para si um slogan: Darcy Fagundes, o gaúcho vaqueano do rádio.
Na emissora, Darcy deu a idéia para o nome do programa utilizando as marcas dos patrocinadores. Com isso surge O Grande Rodeio Coringa (ouça o que Nico Fagundes fala sobre o programa), que trabalhava essencialmente em cima do tradicionalismo gaúcho. Coringa era a marca de calças de brim, patrocinadora do programa que ia ao ar das 8 as 10 horas da noite.
Durante o período em que esteve no ar, cerca de 15 anos o programa contou com algumas trocas de apresentadores. No princípio, era apresentado por Darcy e Paixão Cortes, até a saída deste para a rádio Gaúcha. Darcy passa a apresentar o Grande Rodeio Coringa com Dimas Costa que também foi para a gaúcha e Luis Meneses que foi até o final do programa com Darcy.
O programa Grande Rodeio Coringa, apresentado ininterruptamente por mais de 15 anos, contava com a presença de um auditório. Pessoas vinham de todo o estado para conhecer e participar do programa (por Dorotéo Fagundes) para isso, elas precisavam passar por um teste de talento e condições para aparecer em público. Alguns dos artistas que se revelaram no programa são: Teixerinha e Mari Terezinha, o Gaúcho da Fronteira e os Serranos.
Darcy lançou o seu primeiro disco em 1968, chamado Tropa Amarga. Um conjunto de poesias, muitas delas, como a Desencanto (por Dorotéo Fagundes), declamadas em seu programa de rádio. Ele é o primeiro a se destacar como representante do tradicionalismo gaúcho. Cabe lembrar que Rinha de Galo é verdadeiramente a primeira gravação individual.
Ele, principalmente no que diz respeito ao tradicionalismo no rádio, foi um marco. Afinal, também apresentava o Invernada Gaúcha, um programa na TVE, nos moldes do Grande Rodeio Coringa. Assim, ele criou um estilo próprio, uma forma diferenciada de comunicação. Bagre Fagundes destaca a forma de expressão do irmão. De acordo com ele, Darcy recebera incentivo da família, em especial do pai, Euclides Fagundes, para demonstrar o seu talento.
Tamanha era a repercussão do Grande Rodeio Coringa que, as famílias que possuíam rádio na Campanha recebiam as visitas de amigos e vizinhos (por São Borja). Muitos vinham de carreta ou a cavalo para ouvir os músicos e as atrações gauchescas que Darcy Fagundes apresentava. A voz de Darcy Fagundes, entretanto, cativou ouvintes não apenas no Rio Grande do Sul, mas também em lugares distântes(por Dorotéo Fagundes) com o estado do Maranhão.
Seu sobrinho, Dorotéo Fagundes, que se apresetava no grupo Fagundaço junto com Darcy, destaca algumas características (por Dorotéo Fagundes) que explicam o porquê do enorme apreço conquistado por seu tio. Dorotéo conheceu Darcy em Itaqui, durante uma festa (por São Borja) onde uma das atrações era Darcy Fagundes.
Darcy Fagundes morreu aos 59 anos, vítima de um câncer que o abateu rapidamente, mas até hoje é lembrado pelas pessoas ligadas ao tradicionalismo gaúcho como um grande incentivador da música e da cultura do Rio Grande do Sul.
Entrevista gravada no estúdio da Famecos - PUCRS no dia 13 de setembro de 2004
Clique aqui para ver a íntegra da entrevista com Bagre Fagundes e aqui para ler a transcrição do encontro com Dorotéo e São Borja
Colaboração: Hilton Araldi
...este, me visitava seguido!...certa feita, me apareceu lá no batente com o "barriga de cadela velha",índio véio buenacho, fizemos um fandangaço daqueles!...churrascadas, gaita, trovas e muito trago!...o primo véio, Darcy Fagundes, filho da tia Mocita e Euclides Fagundes e o famoso Rodeio Coringa...logo, ele se envolveu em política...nunca mais o ví...py3cvs.
ResponderExcluirdarsy fagundes e luiz menezes foi os que me alegravam aos domigos a noite das 21 as 22 horas pela radio farroupilha com o grande rodeio curinga, que saudade...que bom foi aprender a ser gaúcho tradicionalista, insentivado por darsyf e luiz menez.
ResponderExcluirDarcy, incentivando.
ExcluirMinha falecida avó Alvina era muito fa dele deve estar juntos no ceu ouvido suas poesias
ResponderExcluirEra programa esperado , em todas noites de Domingo, seu Arnaldo e Dna Tereza , reuniam a filharada para assistir o Rodeio Coringa. Com DARCY e Paixão, depois com Luiz Menezes. Saudosas e lindas lembranças. E mais o desejo e orgulho de usar uma calça marca Coringa....o brim precursor das jeans....
ResponderExcluirEu era um piá, mas me lembro que nos domingos à noite, vinham os vizinhos para ouvir no rádio lá em casa, perto de Esquina Ipiranga, município de Giruá, o "Brim Coringa", como então era chamado o programa. A maior atração era a trova ao final do programa. Acho que um grande trovador era Portela Delavi...
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