segunda-feira, 18 de março de 2013

5 Anos sem Antônio Augusto Ferreira



Video mostra poeta ao lado de grandes nomes em uma das suas últimas aparições antes da morte.




Morre aos 72 anos o compositor Antonio Augusto Ferreira


17/03/2008 | 20h01
A cultura regional perdeu um de seus mais expressivos nomes. O escritor, poeta e compositor Antonio Augusto Ferreira morreu nesta segunda-feira, aos 72 anos, em Santa Maria, na região central do Estado, em conseqüência de um tumor no cérebro. 

Nascido em São Sepé, ele era integrante da Academia Rio-Grandense de Letras e da Academia Santa-Mariense de Letras (ASL). Em 1980, ganhou a Califórnia da Canção Nativa com a música Veterano. 

Premiado em diversos festivais de música, Ferreira escreveu cinco livros e uma obra que chamam atenção pela musicalidade e pela inspiração no universo campeiro. Em Santa Maria, cidade que adotou em 1973, Ferreira era Oficial do Registro de Imóveis. A prefeitura decretou luto oficial de três dias. 

Há 12 anos, Tocaio Ferreira, como também era conhecido, convivia com o mal de Parkinson. Mas foi o avanço de um tumor no cérebro que silenciou o autor de poesias e canções inspiradas pelo universo campeiro. 

Desde 20 de dezembro, estava internado no Hospital de Caridade. Ferreira deixou quatro filhos e a mulher Letícia Raimundi Ferreira, também integrante da ASL. Nos últimos tempos, ela havia trocado a casa da família pelo quarto no hospital para poder acompanhar o estado de saúde do marido. 

Ferreira passou a infância em São Sepé, onde nasceu em 1935. Mas só despertou sua veia poética na adolescência. Dos 14 aos 23 anos, começou a se dedicar à produção literária. Com o pseudônimo de Tocaio Ferreira, passou a publicar, nos anos 50, poemas em jornais como A Hora e Correio do Povo

Viveu em Porto Alegre, Passo Fundo, Sananduva, Santa Maria e Pelotas, onde cursou Direito. Passou 23 anos sem escrever nem mesmo uma linha. Foi o tempo em que construiu família e encontrou a estabilidade profissional. 

— Tive de renunciar à poesia como uma alcoólatra renuncia à bebida. Estava viciado em poesia. Parei para me dedicar à vida. Casei, tive quatro filhos e estudei — disse ele aoDiário de Santa Maria, em 2006. 

O recomeço foi em 1980, com a música Veterano, escrita para um sobrinho vítima de um acidente. A canção levou a Calhandra de Ouro da 10ª Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana. Também é conhecido por músicas como EntardecerSanga e Guitarra

Em 1985, Ferreira lançou seu primeiro livro, Sol de Maio (poesia). Só em 1997 veio a segunda obra, Alma de Poço, também de poesias, seguida pelos CDs Alma de Poço 1 e 2.

Em 2001, ganhou o troféu Negrinho do Pastoreio da Poesia Campeira, do governo do Estado. A estréia na prosa aconteceu em 2003, com a publicação de Tio Bonifa e Seu Cachorro Piraju. No mesmo ano, foi patrono da Feira do Livro de Santa Maria. Ferreira ainda participou de diversas coletâneas e criou uma obra com mais de 500 poemas. 

Em 2004, foi eleito para integrar a Academia Rio-Grandense de Letras, ocupando a cadeira 28, que tem como patrono o João Belém e tinha como ocupante anterior o teatrólogo, jornalista e escritor Edmundo Cardoso, morto em 2002. 

— Eu sou muito novo, não tenho 70 anos ainda. Tenho muito o que aprender — disse ele ao Diário de Santa Maria, em 2004, às vésperas de integrar a Academia Rio-Grandense.

Na Feira do Livro de Santa Maria de 2005, lançou dois livros de poesia ao mesmo tempo:Coisas da Vida e Coisas do Campo. No primeiro, ele explora o cotidiano. Já no segundo, inspira-se no na vida campeira, universo que demarca suas origens e sua produção artística. Em 2006, na criação da ASL, tornou-se ocupante da cadeira número 1, com Luiz Carlos Barbosa Lessa como patrono. 

— Minha poesia é universal com a fala do campo. Este linguajar está no que escrevo — disse em 2003 ao Diário de Santa Maria, quando foi convidado a ser patrono da Feira do Livro de Santa Maria. 

Notícia da Zetro Hora - 05 anos atrás

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