quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Hoje é dia do Pajador Gaúcho


Jayme nos deixou em 1999, se vivo, hoje completaria 89 anos / Foto Divulgação
O dia 30 de janeiro é o Dia do Pajador Gaúcho. A data reconhecida por lei no Rio Grande do Sul, presta homenagem a um dos mais renomados pajadores do estado: Jayme Caetano Braun, que nasceu nesta data, em 1924. Ele é considerado o patrono do Movimento Pajadoril, surgido a partir do ano de 2001, com a vigência da Lei 11.676/2001 que cria o Dia do Pajador Gaúcho no Rio Grande do Sul.
Ainda neste dia, em 1903, nascia Vargas Neto em São Borja, considerado o príncipe da poesia gaúcha, Vargas teria influenciado muito na obra de Jayme. Foi poeta, jornalista e radialista. Formou-se em Direito. Exerceu o jornalismo em Porto Alegre e no Rio de Janeiro. Foi o poeta regionalista mais expressivo do Rio Grande do Sul.

A Pajada

Pajada é uma forma de poesia improvisada vigente também na Argentina, no Uruguai e no Chile (onde chama-se Paya). É uma forma de repente em estrofes de 10 versos, de redondilha maior e rima ABBAACCDDC, com o acompanhamento de violão.
A pajada remonta os romances e quadras medievais e renascentistas, trazidos pelos povoadores europeus e adaptadas as tematicas campeiras. A Pajada está presente no sul da América desde quando as fronteiras eram imprecisas, o que impossibilita dar uma nacionalidade ao gênero artístico.
No sul do Brasil, as pajadas são cantadas em versos em Décima Espinela, no estilo recitado com acompanhamento musical de um músico de apoio, normalmente em milonga.
Podemos destacar os pajadores Gaúchos Paulo De Freitas Mendonça, Pedro Junior da Fontoura e Jadir Oliveira, entre os destaques da atualidade. 



terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Também estamos de luto!

O Galpão da Poesia crioula de Santa Maria está de luto. Lamentamos profundamente a perda de nossos amigos e conterrâneos que nos deixaram no último domingo. Num momento como este não resta mais nada a não ser chorar, lamentar e pensar... Pensar profundamente em nossos atos e nossas atitudes no dia a dia. No próximo dia 16 de fevereiro de 2013, haveria a gravação do segundo DVD do Galpão da Poesia Crioula, porém respeitaremos o luto oficial de 30 dias e não faremos a realização desta atividade. Divulgaremos numa próxima oportunidade Infelizmente perdemos dois integrantes de nosso grupo e muitos outros apaixonados pela nossa cultura, o poema gaúcho está mais triste, se foi o declamador e o amadrinhador pra dizer versos no infinito.






José Manuel Rosa da Cruz

- Era Declamador, dançarino, ginete e integrante da Campeira;
- Integrande do DT Querência das Dores de Santa Maria;
- Estudante de Zootecnia da UFSM;
- Irmão de Mirela Rosa da Cruz, que também morreu na tragédia e já foi declamadora e prenda regional.




Leonardo Lemos Karsburg

- Era amadrinhador;
- Integrante do DTG Noel Guarany de Santa Maria;
- Natural de Uruguaiana, estudava em Santa Maria;
- Cursava Agronomia na UFSM.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Começa hoje o 5º Canto do Jacaquá

São grandes dos preparativos para deixar tudo organizado para o 5º CANTO DO JACAQUÁ - A equipe liderada pela Secretária de Turismo de São Francisco de Assis, empenhada para que o evento seja tão grande quando a todos os amigos merecem. Vamos lá, os olhos estão todos voltados para a Praia do Jacaquá nesse 3 dias de festival. A música, a poesia e o verso passarão pelo palco montado às barrancas do Rio Ibicuí, nessa que, com certeza, é um do recantos mais lindo desse meu São Chico!










Fotos: Fernanda Brum

Publicada por Blog Entre Mates e Guitarra

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Léo Ribeiro está de aniversário

Léo Ribeiro brinda sua saúde./Foto Arquivo Pessoal

Buenas amigos, hoje é o aniversário de um dos grandes poetas e compositores do Rio Grande do Sul. Participante de forma ativa do tradicionalismo e do nativismo, participando de festivais tanto de música como de poesia, inclusive jurado de muitos deles. Citamos no ano passado o juri da Sesmaria da Poesia Gaucha de Osório e este ano é jurado na Tropeada do Poema Gauchesco de Vacaria. Blogueiro, possui um dos mais acessados sítios que falam da nossa cultura na internet. Incentivador e apoiador das coisas desta terra. Recentemente, lançou um CD com a participação de grandes grupos interpretando sua canções.  Chega aos 57 anos com saúde e com alegria. Que possas configurar junto da gente muitos longos anos na convivência aragana deste peão que também admiramos. Parabéns, que a poesia siga iluminando teus passos. Fica a homenagem do Galpão da Poesia Crioula a esta iluminada pessoa. Ele deixou uma mensagem aos amigos em seu blog, veja: 

"Aos meus amigos e amigas de sempre, presentes ou distantes; aos amigos que não conheço mas que, mesmo assim, sinto saudades; aos que comungam do mesmo pensamento de preservação da cultura gaúcha; aos que peleiam contra os preconceitos e as injustiças; aos que feri com meus rompantes; a minha gente! Muito obrigado por me deixarem fazer parte do vosso convívio. Ao Supremo Arquiteto do Universo! Minha eterna gratidão na forma de fé, por me dar o dom da vida e pelos dias, minutos e segundos que passo neste plano (e hoje já se vão longos 57 anos que fui aparado por mãos de parteira, num fundo de mato)."

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

TROCA DE POEMA NA 3ª TROPEADA DE VACARIA


Em nota oficial, a Comissão Organizadora da 3ª Tropeada do Poema gauchesco informa que ouve mudança nos poemas selecionados para o evento que acontece dia 24 de fevereiro de 2013. Confira:
A organização da 3ª Tropeada do Poema Gauchesco informa que houve uma modificação em um dos poemas participantes do festival. A comissão avaliadora e organizadora, após ouvir o áudio do poema “Milonga del apartao”,  justificou que a pronúncia estava demasiadamente incorreta. Por esse motivo o poema do autor Adriano Viegas Medeiros foi substituído por outro poema, também de sua autoria, denominado “Nhuporã”.

Leonardo Silveira
Assessoria de Comunicação
CTG Porteira do Rio Grande
54 – 8115 3362
54 – 3232 1077
www.ctgporteiradoriogrande.com.br

Confira a listagem completa dos poemas selecionados:

INÁCIO PEDROSO
Autor: Severiano Altair Alves Borges
Cidade: Vacaria RS

DOS MEUS SENTIMENTOS QUANDO VOLTARES
Autor: Adriano Viegas Medeiros
Cidade: Lages SC

NHUPORÃ
Autores: Adriano Viegas Medeiros e Cristiano Medeiros
Cidade: Lages SC

COM OS OLHOS DO CORAÇÃO
Autor: Paulo Ricardo Costa
Cidade: Santa Maria RS

QUANDO A TROPEADA SE ALONGA 
Autor: Sebastião Teixeira Correa
Cidade: Caxias do Sul RS

OS VENTOS DO CAIBOATÉ
Autor: Moisés Silveira de Menezes
Cidade: São Pedro do Sul RS

POEMA DO SINGELO AMOR
Autor: Moisés Silveira de Menezes
Cidade: São Pedro do Sul RS

OFÍCIO DE PARTEIRA
Autor: Joseti Gomes
Cidade: Gravataí RS

QUANDO A TROPA PERDE UM CENTAURO
Autor: Sebastião Teixeira Correa
Cidade: Caxias do Sul RS

A ULTIMA CAMPERIADA
Autor: Umberto Antônio Sussela Filho
Cidade: Vacaria RS

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Vencedores da 6ª Querência da Poesia Gaúcha

Ensaio de Campo a uma Estampa Antiga, venceu todas as modalidades do festival
Aconteceu no último sábado, dia 19 de janeiro de 2013, a 6ª QUERÊNCIA DA POESIA GAÚCHA de Caxias do Sul. Veja os vencedores:
POESIA

1º Lugar: Ensaio de Campo a uma Estampa Antiga
Autor: Claudio Silveira e Cristiano Ferreira
Interprete: Francisco Azambuja
Amadrinhador: Claudio Silveira

2º Lugar: Fortim de Pedra
Autor: Henrique Fernandes
Intérprete: Silvana Andrade
Amadrinhador: Jadir Oliveira Filho

3º Lugar: Ana Rech – A saga heróica de uma mulher valente
Autor: Sebastião Teixeira Côrrea
Intérprete: Andréia Eloi
Amadrinhador: Vinicius de Freitas

INTÉRPRETE

1º Lugar: Francico Azambuja
Poesia: Ensaio de Campo a uma Estampa Antiga
Autores: Claudio Silveira e Cristiano Ferreira
Amadrinhador: Claudio Silveira

2º Lugar: Silvana Andrade
Poesia: Fortim de Pedra
Autor: Henrique Fernandes
Amadrinhador: Jadir Oliveira Filho

3º Lugar: Andréia Eloi
Poesia: Ana Rech – A saga heróica
Autor: Sebastião Teixeira Côrrea
Amadrinhador: Vinicius de Freitas

AMADRINHADOR

1º Lugar: Claudio Silveira
Poema: Ensaio de Campo a uma Estampa Antiga
Autor: Claudio Silveira e Cristiano Ferreira
Interprete: Francisco Azambuja

2º Lugar: Jadir Oliveira Filho
Poema: Pajada de Campo Aberto
Autor: Jadir Oliveira e Henrique Fernandes
Intérprete: Jadir Oliveira

3º Lugar: Vinicius Freitas e Pedro Luis Lemos
Poema: Soneto de uma Morte Perfida
Autores: Maximiliano Alves de Moraes
Intérprete: Neiton Peruffo



Colaborou: Joseti Gomes

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Poemas selecionados para o Bivaque da Poesia Gaúcha

A triagem foi feita por Gujo Teixeira, Wilson Araujo e Ramiro Amorim
Saiu na tarde desta sexta-feira a listagem das classificadas para o XI Bivaque da Poesia Gaúcha de Campo Bom, o festival acontece dia 01 de março, junto com o Acampamento da Canção Nativa. Confira as classificadas:
Ordem de apresentação será divulgada posteriormente.

1-Diálogo Abarbarado Entre o Nativo e o Invasor
Autor: Rodrigo Canani Medeiros (Porto Alegre)
Declamadores: Neiton Peruffo e Vinícius Nardi

2-Cantalício
Autor: Zeca Alves (Santana do Livramento)
Declamador: José Claudio Pereira (Zeca)

3-Da Bainha ao Sangrador
Autor: Cristiano Ferreira Pereira (Santana do Livramento)
Declamador: A definir

4-Sueña Guitarra
Autor: Carlos Francisco Bonino (Rio Ceballos-Córdoba-Argentina)
Declamador: Carlos Francisco Bonino

5-Desabafo
Autor: Jaime Brum Carlos (Restinga Seca)
Declamador: Romeu Weber

6-História em Verso e Reverso
Autor: Jeferson Valente (Rolante)
Declamador: A definir

7-Causos
Autor: Jeferson Valente (Rolante)
Declamador: A definir

8-Com Lágrimas na Voz
Autor: Mateus Lampert (Santana do Livramento)
Declamador: A definir

9-Calçando Esporas
Autor: Adriano Silva Alves (Pelotas)
Declamador: Adriano Silva Alves

10-Culatreiro
Autor: Adriano Silva Alves (Pelotas)
Declamador: A definir

Suplentes

1ª Suplente : Batalha
Autor: Mateus Neves da Fontoura (Novo Hamburgo)
Declamador: Carlos Weber

2ª Suplente: Morro da Santa Cruz
Autor: Fabrício Vargas ( Santa Maria)
Declamador: A definir

DEFINIDOS OS POEMAS PARTICIPANTES DA 3ª TROPEADA

Festival acontece dia 24 de fevereiro, integrando a programação do III Encontro Cultural e Campeiro

A comissão organizadora da 3ª Tropeada do Poema Gauchesco definiu na última quinta-feira (17) os dez poemas classificados. Esta já é a terceira edição do concurso de poesias, realizado pelo CTG Porteira do Rio Grande, que vai premiar com R$ 800,00 o melhor poema, o melhor declamador e o melhor amadrinhador do concurso. A tropeada acontece no domingo, dia 24 de fevereiro, integrando a programação do III Encontro Cultural e Campeiro. Confira os poemas classificados:

INÁCIO PEDROSO
Autor: Severiano Altair Alves Borges
Cidade: Vacaria RS

DOS MEUS SENTIMENTOS QUANDO VOLTARES
Autor: Adriano Viegas Medeiros
Cidade: Lages SC

MILONGA DEL APARTAO (Espanhol)
Autores: Cristiano Viegas Medeiros e Adriano Viegas Medeiros
Cidade: Lages SC

COM OS OLHOS DO CORAÇÃO
Autor: Paulo Ricardo Costa
Cidade: Santa Maria RS

QUANDO A TROPEADA SE ALONGA
Autor: Sebastião Teixeira Correa
Cidade: Caxias do Sul RS

OS VENTOS DO CAIBOATÉ
Autor: Moisés Silveira de Menezes
Cidade: São Pedro do Sul RS

POEMA DO SINGELO AMOR
Autor: Moisés Silveira de Menezes
Cidade: São Pedro do Sul RS

OFÍCIO DE PARTEIRA
Autor: Joseti Gomes
Cidade: Gravataí RS

QUANDO A TROPA PERDE UM CENTAURO
Autor: Sebastião Teixeira Correa
Cidade: Caxias do Sul RS

A ULTIMA CAMPERIADA
Autor: Umberto Antônio Sussela Filho
Cidade: Vacaria RS

Amanhã tem Querência da Poesia Gaúcha

Neste sábado, dia 19 de janeiro, acontece a 6ª Querência da Poesia Gaúcha de Caxias do Sul. Este já é um dos palcos consagrados da poesia sulina, considerado entre os maiores festivais da categoria. A Querência da Poesia traz ao palco consagrados poetas gaúchos: Sebastião Teixeira Correa, Adão Quevedo, Luis Lopes de Souza, Claudio Silveira, Cristiano Ferreira, Henrique Fernandes, Jadir Oliveira, Maximiliano Alves de Moraes e Luciano Salerno. Mas também apresenta grandes revelações como Matias Moura e Thiago Ilha. 
A experiência de grandes declamadores também estarão no palco emprestando o seu talento: Andreia Eloi, Francisco Azambuja, Paulo Ricardo dos Santos, Silvana Giovanini, Ariel Pereira, Neiton Perufo, Pedro Junior da Fontoura, João Batista Oliveira e Silvana Andrade. Muitos destes da nova safra de intérpretes que vem fazendo sucesso nos festivais. Claro, mesclado com grandes nomes, a certeza de um grande festival.
A opção da fase local, oportuniza a participação de poetas da cidade, o que desenvolve a sensibilidade poética para os envolvidos no movimento. A Querência da Poesia Xucra, entidade que tem a finalidade de preservação desta arte, desenvolve este trabalho com muito empenho e dedicação. Por isso desde que surgiu, este festival já emplaca grandes nomes e nunca parou. 
Para quem sabe o quanto é difícil fazer arte e cultura, sabe o valor que se dá a eventos como este. 



Pedro Junior da Fontoura, interpretou o poema campeão da última edição

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

POETA MOISÉS MENEZES EM NOVO LIVRO

Poeta e escritor Moisés Menezes
 Dia 21 de Dezembro à noite entre outras atividades comemorativas dos 84 anos de Tupanciretã aconteceu o lançamento do Livro Tupanciretã-Tempo de (In)Confidências. A obra que era aguardada com muita expectativa surgiu do Projeto Raízes de Tupanciretã, protagonizado pela Prefeitura Municipal através do Prefeito Luis Adolfo Bitencourt Dias, da Secretária de Educação Ana Genro e da Dirigente Cultural Luciana Brum, através de reuniões para contação de estórias com vários convidados da nossa sociedade. A primeira dessas reuniões, aconteceu em 6 de maio de 2011 - 9ª Semana Nacional de Museus - Museu Municipal Dr. Hélio Franco Fernandes. Municipal Dr. Hélio Franco Fernandes. A 27 de junho de 2011, foi na real-izada a segunda reunião na sede da Multirural por deferência de seu proprietário Pedro Luiz Herter, outras foram realizadas na sede da entidade Nativista Taquarembó, dia 14 de setembro de 2011 durante a Semana Farroupilha e a derradeira no Museu Municipal Dr. Hélio Fernandez no dia 10 de maio de 2012 por ocasião da 10ª Semana Nacional de Museus. Segundo o Prefeito Municipal Dr. Luís Adolfo Bittencourt Dias: -Revivenciar estes momentos e memorizá-los em livro é, certamente, uma forma de homenagem e de contribuição ao conceito forte de cultura, no dizer de Zigmunt Bauman. A história da vida privada, não oficial, aquela que não consta em estatísticas e documentos oficiais, é preciosa e, talvez, o que tenhamos de imprescindível e que deve ser legado às novas gerações. Dizem os africanos que “quando morre um velho da tribo, incendeia-se uma biblioteca.” Pois o Moisés Menezes contribui para que a biblioteca permaneça viva, à prova do fogo e do tempo. Para o Prof. Pedro Brum da UFSM: - Além de resgatar o valor histórico e cultural do torrão comum, o amigo Moisés Menezes nos alcança, com a presente obra, um poderoso instrumento de afirmação da memória coletiva. Coletiva porque construída através da soma de muitas vozes. O próprio autor registra a participação que teve nos encontros chama¬dos e realizados em diferentes ocasiões – todos eles abertos à comunidade em geral -, com o objetivo de reunir testemunhas, memorialistas e mesmo protagonistas de histórias ricas em façanhas as mais pitorescas e inusitadas. A essa recolha de matéria viva de dimensão oral da nossa Tupanciretã, Moisés cuidou de acrescentar – nas suas próprias palavras, como forma de reconhecimento e homenagem – os registros de livros que, antes dele, já haviam se debruçado sobre o tema, a demonstrar o quanto nossa terra tem sido zelosa na preservação das experiências cotidianas e familiares – estas que muitas vezes atravessam os tempos sem alcançarem o benefício da palavra impressa. Memória coletiva, também, pela amplitude, posto que é multiplicador o gesto de incorporar gentes, tempos e lugares de tudo quanto é jeito e matiz: de casa, de fora, da campanha, da cidade, da gauchada, do futebol, da política, do rico, do pobre, da ordem, da desordem, da mocidade, da velhice, de hoje e de ontem. Incorpora¬ção que, na obra que se apresenta, se desdobra na riqueza de detalhes, tramas e desfechos; no pitoresco de personagens, ambientes e paisagens e no bom tom da voz do narrador/organizador, qualidades literárias desse conjunto, através do qual somos levados por verdadeiros painéis da querência, num resgate que é, ao mesmo tempo, escoadouro e fonte de um sentimento de pertença e identificação. E esse é mais um sentido para o aspecto coletivo do presente texto: ao alimentar-se dos casos ouvidos e recolhidos, serve de inspiração para que outros tantos casos sigam sendo recolhidos – e contados. 
Fonte: www.blogdoleoribeiro.blogspot.com  

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

SELECIONADAS AS COMPOSIÇÕES CONCORRENTES DO III RODEIO DA CANÇÃO SERRANA


Festival  acontecerá dia 23 de fevereiro, integrando a programação do III Encontro Cultural e Campeiro

 Na tarde desta segunda-feira (14), a comissão organizadora do III Rodeio da Canção Serrana realizou a triagem das composições recebidas. Segundo o coordenador do festival, Idalcir Peruchin, nesta terceira edição do evento, a idéia foi valorizar os ritmos essencialmente gaúchos e serranos, como o bugio e a vaneira, dentre outros. “ Recebemos várias composições, mas infelizmente algumas delas não se adequaram a nossa proposta, embora tivessem muita qualidade” – destacou. Participaram do processo de triagem o diretor da gravadora ACIT, Edson Campagna e o tradicionalista Nilson Hoffman.  Um total de 56 músicas passou pela triagem da tarde de ontem e as classificadas foram as seguintes:

1 - A Sagração do Fandango (Vaneira)Letra: Mario Amaral
Musica: Adelar Saraiva
Cidade:Eldorado do Sul RS e Viamão RS
 2 –  Toada do Saber (Toada)Letra e Música: José Sebastião do Amaral Peruchin
Cidade: Vacaria RS
 3 – A vida pela sangria (Valsa)Letra: Clodoaldo Francisco Pereira
Música: Ricardo Padilha de Oliveira
Cidade: Rio do Sul RS e Lages SC
 4- Gauderiando (Vaneira)Letra: Aldair Jorge Oliboni Ferreira
Musica: Juliano Borges
Cidade: Vacaria RS e Osório RS
 5 – Contraponteando Gaitaços (Vaneira)Letra:Pedro Junior da Fontoura
Música: Uiliam Michelon  e Michael Parizotto
Cidade: Bento Gonçalves e Vacaria RS
 6 –  Romance que o tempo escreveu (Bugio)Letra e Música: Fabio Junior Soares de Oliveira
Cidade: Caxias do Sul RS
 7 – Trovas e coplas campeiras (Canção Tropeira)Letra: Pedro Junior da Fontoura e Joao Sampaio
Música: Érlon Péricles
Cidade: Bento Gonçalves e Porto Alegre RS
 8- Nas asas da ilusão (Vaneira)Letra: Jaime Brun Carlos e Dalvan Medina
Música: Raul Bitencourt Silva
Cidade: Restinga Seca, São Gabriel e Vacaria RS
 9 – Serrano das coxilhas (Vaneirão)Letra: Hermes Lopes
Música: Érlon Péricles
Cidade: Caxias do Sul e Porto Alegre RS
 10- Noites gaúchas (Vaneira)Letra: Hermes Lopes
Música: Daniel Barros
Cidade: Caxias do Sul RS
 11-  Prosa de pai pra filho (Valsa)Letra: Sebastião Altair Alves Borges
Música: Tobias Pires Cechinatto
Cidade: Vacaria RS
 12 – A barba do veio (Bugio)Letra: Jones Andrei Vieira e Sérgio Saretto
Música: Jones Andrei Vieira
Cidade: Lages SC
 13 – Bugio da Coxilha Rica (Bugio)Letra: Jones Andrei Vieira e Osvaldo Athaíde
Música: Jones Andrei Vieira
Cidade: Lages SC
 14 – Entrelaçado nas mãos (Valsa)Letra e Música: Rafael Ferreira (Trambeio) e Filipe Corso
Cidade: Vacaria e Canoas RS


Leonardo Silveira
Assessoria de comunicação CTG Porteira do Rio Grande
Fones: (54) 3231 1011 / (54) 3232 1077
www.ctgporteiradoriogrande.com.br

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

EXTRA: DVD DA QUERÊNCIA DA POESIA 2012 NÃO SAIRÁ, IMAGENS FORAM ROUBADAS

O Galpão da Poesia esteve presente com poema Libertação de Alex Brondani, na interpretação de Fabricio Vargas e Francisco Scaramussa e amadrinhamento de Angelo Pacheco.
A notícia é triste. O DVD da 5ª Querência da Poesia Gaúcha de Caxias do Sul, realizado em janeiro do ano passado não deverá ser lançado na próxima edição do festival que acontece dia 19 de janeiro de 2013. Isto porque, foram roubadas todos os equipamentos e as imagens da produtora que foi contratada para fazer o serviço. Segundo o amigo, Marcio André Teixeira, em conversa pelo facebook, "a gravação inteira do festival foi roubada, junto com os equipamentos da gravação, entre outros. O dvd de 2012 nao sai. 
Ainda segundo Teixeira, existe uma gravação que poderá servir apenas como registro da obra, pois a produção é caseira. Entretanto a pessoa que está de posse dessa gravação ainda não repassou as imagens.
Até quando ficaremos a mercê deste tipo de gente. Até a nossa cultura passa pela mão dos marginais. Até Quando? Abaixo segue as obras que participaram da edição passada e um trecho do que restou de cada trabalho:

RESULTADO DA 5ª QUERÊNCIA DA POESIA GAÚCHA 2012


Trecho do Poema Campeão (O que restou)

1º Lugar poesia: Uma Incrível Batalha entre Dom Quixote de La Mancha e uma Traça Faminta - /dos Autores: Rodrigo Bauer e Gujo Teixeira de São Borja e Lavras do Sul
2º Lugar poesia: Pelas Frestas da Infância -/do autor: Zeca Alves - Santana do Livramento
3º Lugar poesia: Razões para Exaltar um Canto -/do Autor: Gilberto Trindade dos Anjos - São Paulo

1º Lugar intérprete: Zeca Pereira -/do poema: Pelas Frestas da Infância -/ do autor; Zeca Alves - Santana do Livramento
2º Lugar intérprete: Francisco Azambuja -/ do poema: Razões para Exaltar um Canto – do Auto;r Gilberto Trindade dos Anjos - São Paulo
3º Lugar intérprete: Pedro Jr. da Fontoura -/do poema: Uma Incrível Batalha entre Dom Quixote de La Mancha e uma Traça Faminta - dos Autores: Rodrigo Bauer e Gujo Teixeira de São Borja e Lavras do Sul
São Borja e Lavras do Sul

1º Lugar amadrinhador: Fabio Soares, Andre Vieira e Cristiano Klein -/ do poema: Remorsos de Um velho corredor de Carreiras - Autor: Tiago Ilha – Flores da Cunha
2º Lugar amadrinhador: Raul Sartor Filho -/do poema: Dulcineia de Fumaça – Autor: Uili Bergamin - Caxias do Sul
3º Lugar amadrinhador: Henrique Scholz -/do poema: Uma Incrível Batalha entre Dom Quixote de La Mancha e uma Traça Faminta – Autores: Rodrigo Bauer e Gujo Teixeira de São Borja e Lavras do Sul

01 – 100 VERSOS PARA O TEU SORRISO

Cidade: Capão da Canoa
Autor: Vaine Darde
Intérprete: Romeu Weber
Amadrinhador:

02 – DULCINÉIA DE FUMAÇA
Cidade: Caxias do Sul
Autor: Uili Bergamin
Intérprete: Vinícios Nardi
Amadrinhador: Raul Sartor Filho

03 - LIBERTAÇÃO

Cidade: Santa Maria
Autor: Alex Brondani
Interpretes: Francisco Miguel Scaramussa
e Fabrício Vargas
Amadrinhador: Angelo R. de Oliveira Pacheco

4 – PELAS FRESTAS DA INFÂNCIA

 Cidade: Santana do Livramento
Autor: Zeca Alves
Intérprete: Zeca Perreira
Amadrinhador: Claudio Silveira

5 – QUANDO OS VERSOS GANHAM ASAS
Cidade: Caxias do Sul
Autor: Sebastião Teixeira Côrrea
Intérprete: Andréia Eloi
Amadrinhador: Vinicius de Freitas

06 – RAZÕES PARA EXALTAR UM CANTO
Cidade: São Paulo
Autor: Gilberto Trindade dos Anjos
Intérprete: Francisco Azambuja
Amadrinhador:

7 – REMORSOS DE UM VELHO CORREDOR DE CARREIRA

Cidade: Flores da Cunha
Autora: Tiago Ilha
Intérprete: Fabiano Rodrigues da Silva
Amadrinhador: Fabio Soares, André Vieira e Cristiano Neto Klein

8 – ROMARIA
Cidade: Passo Fundo
Autora: Luis Lopes de Souza
Intérprete: Valter Vieira Ribeiro
Amadrinhador: Willian Andrade

9 - UMA INCRÍVEL BATALHA ENTRE DOM QUIXOTE DE LA MANCHA E UMA TRAÇA FAMINTA
Cidade: São Borja e Lavras do Sul
Autores: Rodrigo Bauer e Gujo Teixeira
Intérprete: Pedro Júnior Lemos da Fontoura
Amadrinhador: Henrique Scholz

10 – VISAGENS NA TARDE GRIS
 Cidade: Bento Gonçalves
Autor: Luciano Salermo
Intérprete: Luciano Salermo
Amadrinhadores: Robson Paines, Dênis Magalhães e Fernando Aguiar

Um texto pode conter poesia


O ÚLTIMO TANGO DE MARADONA

Arte de Eduardo Nasi
 
O amor não permite avareza. É a regra elementar.

Quem é avarento não ama. Assim como políticos que enriquecem durante seu mandato roubam, os casados que prosperam não se gostam mais. O casal apaixonado está mais preocupado com o prazer da companhia do que enriquecer. Vai comprar uma tevê que o orçamento não autoriza, uma geladeira maior do que o salário e depois encontra um modo de pagar.
Quem ama parcela. E a perder de vista, no mínimo em 48x para ficar mais tempo junto.

Homem devoto é mão aberta. Oferece o que não tem. Privilegia o arrebatamento. Não conta centavos, divide conta e cobra juros.

O namorado/marido que é mesquinho é um falso admirador.


* * *

Vivian concordaria comigo.

Namorava Nei há três anos.

Ela: jornalista, 37 anos. Ele: engenheiro, 42 anos.

No Dia dos Namorados, armou viagem para Buenos Aires. Meticulosa, intensa, reservou um apartamento na Recoleta.

No mês que antecedeu a data, escolheu os presentes a partir de cuidadosa observação. Lembrou que o hobby predileto dele na infância era jogar futebol de mesa. Encomendou, portanto, um time de botão em madrepérola com as cores do tricolor. Achou um fabricante das peças em Pelotas. Sairia uma nota, mas azar. Também foi atrás da obra completa de Iron Maiden dentro de uma caveira. Custaria 500 dólares. Não tinha condições, porém arrumou um trabalho complementar de revisão de livros na madrugada e descolou a quantia.

* * *


Na Argentina, Vivian desembrulharia o sonho.  Quando os dois estavam a sós no quarto, ela se antecipou com os presentes.

— Tchantchantchan!

— O quê?

Ele chorou de emoção. As gotas pesaram nos cílios, e rolaram até os lábios.


* * *

Dali em diante, houve vinte minutos confusos de silêncio. Vivian aguardava a sua vez. Sentada, tímida, na ponta da cama.

Ele colocou a música no laptop, enfileirou os jogadores na escrivaninha e…

…nenhuma menção de lembrança para Vivian.

Vivian não falava mais. Com a alegria engasgada. “Será que ele me esqueceu?” — pensou.

Nei farejou tragédia no ar e gritou:

— Ah, tenho algo para ti!

Ela não se conteve e bateu palmas, como uma criança surpreendida em seu pensamento mais carente. O engenheiro abriu a mala e pegou, do fundo, um envelope pardo.

“Envelope pardo? O que será? Nunca vi notícia de presente em envelope pardo, só propina” ­— ela raciocinou, com medo.

Ao abrir, retirou uma fotografia de Diego Maradona.

Olhou para Nei, embasbacada: o que significava aquilo? Ele sabia que ela não se interessava por futebol.

Deu um voto de confiança e virou a foto, para ver se havia alguma coisa escrita: o autógrafo do craque ou a explicação da brincadeira.

O verso resplandecia em branco.

— Eu comprei uma para ti e outra para mim, não é legal? — ele ainda explicou.
 

* * *
 
Ela terminou o namoro naquele lance.

Quem ama não economiza.
 

 




Crônica publicada no site Vida Breve
Colunista de quarta-feira






Texto de: Fabricio Carpinejar

POSSO OUVIR-TE...


Em silêncio total eu te escuto...
Te escuto quando me calo...
Te escuto quando minh'alma chora...
Te escuto quando não ouço tua voz...
Te escuto na chuva que cai...
Te escuto no vento que bate em minha janela...
Te escuto em cada pássaro que canta faceiro, anunciando mais um dia...
Te vejo nas nuvens que riscam figuras no céu...
Te vejo na imensidão do nada...
Te vejo nas ruas, nas calçadas, nas praças e no campo...
Te sinto no perfume da margarida flor...
Te sinto no cheiro da terra molhada...
Te sinto nas sombras do dia e da madrugada...
Te toco quando a água escorre entre meus dedos...
Te toco quando a areia da praia aquece meus pés...
Te toco quando abro meus braços e te abraço sem que percebas...
Teu gosto está em minha boca...
Teu gosto está em minha roupa...
Teu gosto está na minha memória...
Em silêncio total eu te escuto...
Em silêncio total eu te toco...
Em silêncio total eu te provoco...
Não preciso de corpo nem de espaço...
Não precisa ser aqui... Não pode ser aqui...
Não precisa pressa... Não precisa correr...
Não precisa vir... Não preciso ir...
Não precisamos da hora nem do segundo...
Não é uma questão de condição...
É só questão de silêncio absoluto...

Joseti Gomes

Morre aos 74 anos o poeta, escritor e compositor Ubirajara Raffo Constant


Morreu ontem em Uruguaiana, Biratucho, como era conhecido, escreveu o poema épico "Retorno Bravo" e letras de músicas regionalistas premiadas

Morreu na noite desta quarta-feira, em Uruguaiana, o poeta, escritor e radialista Ubirajara Rafo Constant. Ele tinha 74 anos e foi vítima de insuficiência respiratória.
Segundo o cantor Dorotéo Fagundes, Biratucho, como era chamado pelos amigos, morreu em casa, "mirando o rio Uruguai".

Uruguaianense, o poeta deixa uma importante obra para a cultura do Estado, como a poesia épica Retorno Bravo.
– Retorno Bravo é uma das poesias mais lindas do Rio Grande do Sul – afirma o cantor regionalista Luiz Carlos Borges.
Como compositor, Ubirajara escreveu letras premiadas nas Califórnias da Canção, como Ave Maria Pampeana e Mocito.
Borges descreve Ubirajara como "um grande amigo de Festivais da Barranca, de Califórnias. Uma figura humana maravilhosa e um cara muito inteligente".
O corpo de Ubirajara será velado até as 15h de quinta-feira, na Biblioteca Prado Veppo, quando ocorre o enterro, no Cemitério Municipal Senhora Santana. O compositor deixa os filhos Felipe e Rafael, frutos de seu casamento com Maria Teresa Moreira.

Fonte: Zero Hora

Retorno Bravo 
(Ubirajara Raffo Constant)

Ali na porta do rancho, junto ao cusquito nervoso,
o velho guasca orgulhoso olhava o filho partir.
Também desejava ir com a mesma disposição,
levando a lança na mão,
p'ra se unir aos farroupilhas e pelear pelas coxilhas em defesa do rincão.
Porém já velho e arquejado perdera a força no braço,
tinha no lombo o cansaço do peso de muitos anos,
mas era um dos veteranos com orgulho do passado,
por ter a lança empunhado combatendo os castelhanos.
Que gana tinha de ir, aquele velho guerreiro,
de novo para o entrevero como gaúcho pelear,
mas ficava a se orgulhar que embora velho 
e cansado tinha um filho ja criado partindo no seu lugar.
E ali na porta do rancho, cheio de orgulho e pesar,
viu o filho se afastar com garbo e disposição, 
montando um flor de alazão,
o laço preso nos tentos, o poncho revoando ao vento 
e a lança firme na mão.
Depois, com a estrada deserta, a noite foi se chegando,
o pampa foi silenciando nas grotas e nos banhados 
e o velho guasca cansado no catre foi se arrimando 
em silêncio memoriando entreveros do passado.
Assim, a poeira dos dias cobriu o catre vazio do paisano
que partiu do rancho para a guerrilha, 
levando na alma caudilha de guasca continentino, a fibra,
a glória e o tino de campeador farroupilha.
Já muitos dias depois um xirú trouxe a notícia: - 
A farroupilha milícia em que seu filho marchou 
peleando se dizimou. Morreram mas não recuaram 
e entre os bravos que tombaram dizem que o moço ficou.
Num sentimento profundo o velho ficou calado,
mas o seu rosto enrugado não pode a dor esconder,
deixando livre correr, do fundo da alma ferida, 
uma lágrima sentida que ele não pode conter. 
Tristonha caiu a noite e mais triste a madrugada. 
Latia ao longe a cuscada, na quincha gemia o vento, 
e sem dormir um momento, ali no catre estirado, 
o velho ficou atado na soga do pensamento.
Lembrou o filho em criança correndo o pampa em retoço,
a melena em alvoroço soprada ao vento pampeano.
Recordou ano por ano até que o piá ficou moço 
e ali da porta do rancho partiu p'ra revolução, 
montando um flor de alazão,o laço preso nos tentos, 
o poncho revoando ao vento e a lança firme na mão. 
Estava assim recordando, quando lá fora um gemido 
lhe fez apurar o ouvido e despertar-lhe a atenção.
E quando ouviu uma mão, naquela hora tão morta, 
forcejar de encontro a porta como querendo arrombá-la, 
sua visão ficou clara, voltando-lhe a luz e o brilho; 
num ímpeto caudilho a porta abriu com vigor e 
estarreceu-se de horror ante a figura do filho.
Cambaleante, ensangüentado, as vestes feitas em frangalhos,
o corpo cheio de talhos dobrado pelo cansaço, já sem força em nenhum braço,
já sem poder ver direito, e com o meio do peito aberto por um lançaço.
Fitando os olhos do filho o velho ficou calado. 
Estarrecido, espantado, vendo-o ali em sua frente. 
Então gritou gravemente: 
- Meu filho, por que voltaste? Por que? 
Por que não tombaste onde tombou nossa gente? 
Maldito sejas, covarde, tu já não és mais meu filho! 
Não tens o sangue caudilho, não agüentaste o repuxo, 
deixaste teus companheiros, fugiste dos entreveros, 
tu já não és mais gaúcho!
Então a face do guasca que peleando não tombou, 
como um lançaço estampou a ira do coração. 
Prostrando-se rudemente, naquele gesto inclemente, 
desfalecido no chão,
o moço sentindo a morte roubar-lhe o sopro da vida,
com a alma triste e ferida, ali prostrado no chão, 
sem rancor no coração olhou para o pai a seu lado, 
e já num último brado fez a brava confissão:
- Meu pai, eu não fui covarde, honrei meu poncho 
e minha adaga, fiquei coberto de chagas mas agüentei o repuxo.
Fui valente, fui gaúcho, peleei com todo o ardor, 
e se aqui vim escondido foi p'ra salvar do inimigo o pavilhão tricolor. 
Abrindo a camisa ao peito, tirou em sangue banhado 
aquele trapo sagrado que até o fim defendeu,
e beijando-o estendeu ao pai, num último esforço, 
e depois, curvando o dorso,
o bravo guasca morreu.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Aviso aos "Galponeiros":

Amanhã dia 08/01/2013, terça feira, a partir das 20 hs. na casa do tio Chico. Ensaio Geral para a gravação do DVD...para acertarmos os últimos detalhes...
Estão todos convocados:
Paulo Ricardo Costa, 
Moisés Menezes 
Marlei Stein, 
Maria Ester Vidal,
Carlinhos Lima, 
Carlos Omar Villela Gomes,
Bianca Bergmam, 
Fabricio Vargas, 
Nairo Coutinho, 
Elisiane Kirchhof, 
Derlimar Da Costa Oliveira 
Natália Fonseca 
Mariana Brondani de Mello 
Francisco Miguel Scaramussa
Juliano Santos 
Cristiano Rodrigues 
Henrique Arboitte Torrel de Bail
Alex Brondani 
Miguel Brasil 
Lourdes Della Costa 
Gisele De Lima Gai 
Dulce Lima
Terezinha Sacaramussa
              Se eu esqueci alguém me perdoem a idade não é fácil! Mas sintam-se convidados.

Para o bem da Poesia!

AMIGOS TRADICIONALISTAS DA 13ª RT:
NESSE MOMENTO EM QUE ESTOU QUASE ME DESPEDINDO DA COORDENADORIA PARA ASSUMIR OUTRA MISSÃO, CUMPRE-ME A RESPONSABILIDADE DE ME DIRIGIR A TODOS VOCÊS. 
APESAR DA MINHA TRAJETÓRIA TRADICIONALISTA ESTAR COMPLETANDO 50 ANOS EM 2014, SENDO 13 DELES DEDICADO À COORDENADORIA, FOI NOS ÚLTIMOS 3, COMO COORDENADOR, QUE PUDE SENTIR O ORGULHO EM LIDERAR AQUELA QUE É A MELHOR REGIÃO DO ESTADO. AQUELA DOS HOMENS MAIS ÍNTEGROS E SINCEROS, DAS MULHERES MAIS HONESTAS E INTELIGENTES, DOS JOVENS MAIS BRILHANTES E CHEIOS DE AMOR PELA TRADIÇÃO, DAS ENTIDADES MAIS ATUANTES, DOS PATRÕES MAIS COMPETENTES E, ENFIM, DOS GAÚCHOS MAIS COMPROMETIDOS COM A CAUSA TRADICIONALISTA.
NO PRÓXIMO DIA 02 DE FEVEREIRO PASSAREI O CARGO PARA AQUELE AO QUAL INDIQUEI PARA ME SUBSTITUIR, PESSOA NA QUAL CONFIO E TODOS SABEMOS QUE TEM A CAPACIDADE DE FAZER UM GRANDE TRABALHO JUNTO A VOCÊS. JUNTEM-SE A ELE E À SUA EQUIPE E LHES OFEREÇAM O MESMO RESPALDO COM O QUAL CONTEI NAS MINHAS GESTÕES. ENQUANTO ISSO, LÁ NO CONSELHO DIRETOR, ESTAREI CUMPRINDO COM A MINHA MISSÃO DE DEFENDER A 13ª RT E AS MAIS CARAS TRADIÇÕES DO RIO GRANDE!

Fonte: Facebook  Carlinhos Lima

Barbosa Lessa

Luiz Carlos Barbosa Lessa com raízes: na Ilha da Madeira, o ramo rio-grandense da família Lessa se estabeleceu no município de Canguçu. Eram pequenos agricultores em busca de melhores oportunidades. 
Estabelecidos no novo continente, fizeram fama pela valentia e inteligência. Maneco Lessa, por exemplo, notabilizou-se como valente peleador, inspirando João Simões Lopes Neto no conto “Deve um queijo”. Seu filho Nico casou-se com a filha de um fazendeiro de Piratini e desta união nasceu Luiz de Oliveira Lessa. 
Já na infância, Luiz de O. Lessa demonstrava muita vivacidade de espírito, a ponto de o professor rural Macalão ter insistido junto ao pai Nico: “Mesmo que o senhor tenha que fazer economia noutros setores, de um jeito para que o Luiz continue os estudos no ginásio em Pelotas. Ele tem muita cabeça!”. 
Cursando o Ginásio Gonzaga, Luiz obteve notas que logo confirmaram a previsão do professor Macalão. Nessa época, o Seu Nico herdou um campo em Piratini e pôde matriculá-lo na Escola de Medicina do Rio de Janeiro (no RS ainda não havia esta especialização). E assim, Luiz de Oliveira Lessa se tornou o primeiro canguçuense com instrução de nível superior, formando-se em Medicina no ano de 1922. 
Voltou aos pagos e montou um consultório na vila de Canguçu. Logo conheceu uma bela moça do clã dos Mattos Moreira, a Alda. Ela morava na cidade de Pelotas e estudava piano e violino no Conservatório de Música. Do noivado ao casamento foi um tempo muito curto e já em 1924 nascia o primogênito Paulo. 
Os anos seguintes foram marcados pelo trabalho clínico de “médico de campanha”, muita paz doméstica temperada com os doces acordes de piano. Em 1929, o Dr. Lessa arrenda uma chácara nas proximidades da vila de Piratini e ali fixa residência com a esposa Alda e o pequeno Paulo.
“Tempo bom, aquele!” – relembra Lessa emocionado. E as evocações jorram como uma cascata carregada de memórias. 
“Recordo as traquinadas na praça, em torno do obelisco com a cara do Bento Gonçalves. E o impacto que nos causou uma fotografia tirada em Porto Alegre que mostrava Bento de corpo inteiro e a cavalo, num monumento também erguido por ocasião do Centenário Farroupilha. Aquilo, sim, é que devia ser brinquedo lindo! 
As histórias em quadrinhos de O Globo Juvenil, que eu comprava do Seu Almeida, agente do Correio. 
As aulas que minha mãe me dava, com tanto carinho, me ensinando não só as matérias necessárias para o futuro exame de Admissão ao Ginásio, mas também uma redação caprichada, teoria musical, o Primeiro Anno de Piano e uma extraordinária novidade tecnológica daquela época: a datilografia! Em toda a Piratini, somente três pessoas sabiam bater à máquina: minha mãe, o Seu Acrysio, secretário da Prefeitura, e eu! Meu primo Sady Scalante, dois anos mais moço do que eu, foi quem me ensinou a assar churrasco – nuns espetinhos fincados no chão-batido ao fundo da cozinha da casa dele. 
Padre Reynaldo, o vigário, foi quem me deu a primeira comunhão e, principalmente, o exemplo de amor ao próximo e respeito pelos carentes. Era um padre campeiro, percorrendo a cavalo os caminhos da sua paróquia. Pobre, pobre, pobre, só com uma batina remendada para vestir. Tinha tudo para virar, um dia, santo. 
Os merengues feitos pela mulher do Seu Cantídio, que os filhos depois vendiam, em balaio, nas ruas. As carreiras de petiço, na cancha da ponta-da-vila. 
E as cantigas e brincadeiras de roda da Ieda e outras gurias lindas, lindas, lindas.”
O tradicionalismo“Por essa época o Rio Grande andava bastante esquecido de si mesmo, e a própria bandeira estadual permanecia queimada e escondida desde novembro de 1937. Resquícios do Estado Novo e seu sufoco centralizador.
Foi então que o estudante Paixão Côrtes, com 19 anos de idade, deu o toque de reunir, em setembro de 1947, com a fundação do Departamento de Tradições Gaúchas do Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos. E encilhou os primeiros pingos na capital. E acendeu a primeira Chama Crioula. E realizou a primeira Ronda Crioula. A primeira Semana Farroupilha. Com meia dúzia de gatos-pingados. 
Então peguei um caderno-de-aula, redigi uma conclamação expondo nossos objetivos e sai coletando assinaturas de apoio. Quando eu via na rua um rapaz com jeito de ser do interior, metia as caras; foi assim que conheci, por exemplo, o Wilmar Winck de Souza, de Palmeira das Missões. 
A mensagem era curta e grossa: Aqui trazemos um convite aos gaúchos que, embora residindo na capital e tendo hábitos citadinos, guardam ainda nas veias o sangue forte da terra rio-grandense. 
É sobre a fundação de um clube tradicionalista. Terá como finalidade reunir no mesmo rodeio os guapos das muitas querências do Rio Grande, mas agora residindo em Porto Alegre. Viva o Rio Grande do Sul! 
Passamos a nos reunir aos sábados à tarde, num improvisado galpão na Rua Duque de Caxias (residência do Dr. Carlos Alfredo Simch, pai de um dos rapazes estudantes do Julinho) e, entre um mate e outro, chegamos à elaboração dos estatutos do 35 – Centro de Tradições Gaúchas. 
Assinaram a ata de fundação vinte e quatro rapazes, a 24 de abril de 1948. E assim começou a funcionar o primeiro CTG.”
Nos rumos da pesquisa folclóricaIncipiente no Rio Grande do Sul, o movimento tradicionalista era muito forte no Uruguai que comemorava, com muita vibração popular, a cada ano, o “Dia de la Tradición”. Sabedor de que havia sido fundado em Porto Alegre o 35, o governo uruguaio envia ao governo do Estado do Rio Grande do Sul um convite para que, no “Dia de la Tradición” que se aproximava, os “gaúchos” brasileiros se fizessem representar nos desfiles e festejos de Montevidéu, ao lado dos gaúchos uruguaios e argentinos. E a rapaziada embarcou, tendo entre seus integrantes Barbosa Lessa e Paixão Côrtes. 
Diante do monumento La Carreta, aconteceu a integração. A moçada gaúcha ficou fascinada com as danças típicas do gaúcho platino e com as bonitas morochas com seus vestidos de chita. Descobriram ali como atrair “prendas” (moças) para os saraus do CTG 35. 
No retorno, procuraram livros que ensinassem as danças gaúchas. Encontraram Cezimbra Jacques e outros autores, mas sobre danças nada. Então, Lessa e Paixão começaram suas pesquisas, nos feriados e finais de semana, por todas as regiões do Estado, entrevistando músicos e velhos informantes. Nada ou quase nada. Três anos, de 1950 a 1952, foram gastos para juntar um pedacinho aqui e outro ali, recriando melodias e coreografias. Irmãs e primas foram convocadas e surgiram as primeiras apresentações de danças gaúchas que receberam aplausos do público. Aplausos, principalmente, para as bonitas “prendas”. 
O trabalho continuou com a elaboração de partituras (Dona Alda foi importante colaboradora), desenhos da coreografia (Myriam, namorada do Sady, ajudou), ilustrações realçando detalhes de cada dança (Isolde Brans manifestou seu talento artístico). Após mais um ano de trabalho, ficou pronto para ser editado o Manual de danças gaúchas. Faltava encontrar uma editora que publicasse as partituras e um bom cantor ou cantora que as interpretasse. Mas onde?

As primeiras composições musicais
Além das reuniões rotineiras da rapaziada em torno do fogo de chão, para tomar mate e contar causos, no galpão do Simch, na Rua Duque de Caxias, o CTG 35 passou a realizar periodicamente uns “chimarrões festivos”, abertos ao público, no auditório da FARSUL, Federação das Associações Rurais do Rio Grande do Sul.
Então o Paixão Côrtes declamava poesias campeiras do Lauro Rodrigues, o Wilmar “Provisório” Winck de Souza cantarolava trovas de improviso, o Cyro Dutra Ferreira contava gauchadas praticadas na estância do pai em são Jerônimo. Às vezes, o Paulo “Grosso” lascava uma rancheirinha na gaita. Coisas assim. Mas todos, todos, sentiam falta de um cantador, de um conjunto de cantores, enfim de alguém que também mostrasse o cancioneiro típico do Rio Grande. 
Naquela época, os ouvidos brasileiros pareciam estar atentos apenas aos hits norte-americanos relançados pelos estúdios do Rio de Janeiro e São Paulo. E no Rio Grande, embora sem nenhum disco gravado (não havia estúdios profissionais por aqui), quem mais colhia aplausos era um pequeno grupo de rapazes e moças cantando na Rádio Farroupilha – com requintes de harmonização vocal – as melhores páginas da música norte-americana e brasileira em geral: o Conjunto Farroupilha. 
Por experiência própria, desde os tempos de Os Minuanos no Ginásio Gonzaga, Lessa sabia que o problema maior nesse campo, não era tanto a “concorrência” estrangeira, mas, cruamente, a inexistência de um amplo repertório regional. 
Então, pegou do violão e foi arranhando – para apresentar nos “chimarrões festivos” do 35 – suas primeiras composições musicais. Uma toada:

Oi, utcha-lo vida braba!
oi, colorado boi!
Pelas voltas do caminho 
as carretas lá se vão...

Uma valsinha:

Quero-quero! Quero-quero! 
Quero-quero gritou lá em cima.

Mais uma toada:

Negrinho do Pastoreio, 
acendo esta vela pra ti, 
e peço que me devolvas 
a querência que eu perdi.

Fonte: http://www.fundacaobarbosalessa.com.br

Barbosa Lessa, um erudito da cultura popular 
Joana Bosak de Figueiredo 

Muito além dos rótulos de tradicionalista e folclorista que lhe foram imputados, o artista multimídia Luiz Carlos Barbosa Lessa foi, antes de tudo, um escritor.Embora sua obra literária tenha ficado à sombra de uma inegável liderança intelectual no Movimento Tradicionalista Gaúcho, é na literatura empenhada desse artista renascentista - conforme designação dada pelo crítico musical Juarez Fonseca, na compilação que fez de seu cancioneiro: Barbosa Lessa, 50 anos de música - que percebemos sua extensa e profunda contribuição à cultura gaúcha.
Autor de clássicos da música regional como Negrinho do Pastoreio, Balaio, Pezinho, Quero-quero, Cantiga de Eira - recentemente gravada por Marcelo Delacroix - e Balseiros do Rio Uruguai, Barbosa Lessa também adensou sensivelmente o tema da formação da sociedade gaúcha em sua literatura múltipla.
Livros como O Boi das Aspas de Ouro (1958), Os Guaxos (1959), Rodeio dos Ventos (1978) e Era de Aré (1993), entre mais de 50 volumes, atestam sua permanência e vitalidade nos temas de fundo histórico e cultural sul-rio-grandense.
Não apenas preocupado com uma visão já consolidada do tipo social gaúcho, Barbosa Lessa adentrou por uma seara ainda inexplorada quando do início de sua carreira literária: a dos guaxos. Os guaxos são, para o autor, os verdadeiros protagonistas da história do Rio Grande do Sul, difusos em meio aos acontecimentos históricos, mas donos efetivos de uma história levada a cabo por peões comuns, mulheres de estância, chinas, descendentes de escravos, mestiços; que conformam um verdadeiro painel dessa cultura híbrida e desigual, nem sempre percebida com a lucidez ímpar desse autor engajado com o todo do Rio Grande do Sul.

Joana Bosak de Figueiredo 
é Mestre em História, Doutora em Literatura Comparada (UFRGS). Foi professora substituta na UFRGS em 2000-2001, fez doutorado sanduíche na Universitat de Barcelona e defendeu tese em abril de 2006 sobre o gaúcho como fenômeno reposto do regionalismo, partindo de dois autores: Barbosa Lessa e Ricardo Güiraldes.

Fonte: http://www.celpcyro.org.br

A diferença entre poema e poesia

 Às vezes tratamos poema e poesia como sinônimos. Mas se aprendi algo de valioso na faculdade de Letras é a diferença entre poema e poesia. Nessa época, dois professores filosofaram sobre essa diferença, um deles procurando nos instruir sobre algo que ele considerava essencial para a nossa formação e o outro, revoltado, fez um discurso apaixonado contra essa confusão tão comum.

 Não posso lembrar palavra por palavra do que foi dito nessas ocasiões, só tenho o que ficou guardado na minha "memória emocional":

Poemas são palavras. Poesia é sentimento. Poema obedece regras métricas. Poesia é ser livre e transgredir. Você pode ler um poema e não sentir a poesia. O poema está nos livros, a poesia nos romances, músicas, filmes, amores, dores...

No livro,Conceito de Poesia, Pedro Lyra explica que:
"O poema é, de modo mais ou menos consensual, caracterizado como um texto escrito (primordialmente, mas não exclusivamente) em verso. A poesia, por sua vez, é situada de modo problemático em dois grandes grupos conceituais: ora como uma pura e complexa substância imaterial, anterior ao poeta e independente do poema e da linguagem, e que apenas se concretiza em palavras como conteúdo do poema, mediante a atividade humana; ora como a condição dessa indefinida e absorvente atividade humana, o estado em que o indivíduo se coloca na tentativa de captação, apreensão e resgate dessa substância no espaço abstrato das palavras.

Se o poema é um objeto empírico e se a poesia é uma substância imaterial, é que o primeiro tem uma existência concreta e a segunda não. Ou seja: o poema, depois de criado, existeper si, em si mesmo, ao alcance de qualquer leitor, mas a poesia só existe emoutro ser: primariamente, naqueles onde ela se encrava e se manifesta de modo originário, oferecendo-se à percepção objetiva de qualquer indivíduo; secundariamente, no espírito do indivíduo que a capta desses seres e tenta (ou não) objetivá-la num poema; terciariamente, no próprio poema resultante desse trabalho objetivador do indivíduo-poeta. Este é o problema fundamental: se a poesia está no mundo originariamente, antes de estar no poeta ou no poema - e isso pode ser comprovado pela simples constatação popular de que determinados objetos/situações do mundo são "poéticos" - ela tem a sua existência literária decida nesse trânsito do abstrato ao concreto, do mundo para poema, através do poeta, no processo que a conduz do estado de potência ao de objeto. Então, podemos deduzir que a existência primordial da poesia se vincula à daqueles seres que exercem algum influxo sobre o sujeito que entra em contato com eles e o provocam para uma atitude estética de resposta, consumando o trânsito - da percepção à objetivação - mediante uma forma qualquer de linguagem."

A poesia está dentro de nós, é subjetiva, pura sensibilidade. Nos dias de hoje, podemos sentir que esse aspecto da nossa vida está cada vez mais distante. Qual foi a última vez que sentimos "aquela" poesia? Não estou falando da poesia como conceito científico, mas "aquela" poesia, que só nós conhecemos, que faz parte da nossa experiência de leitura e de vida. "Aquela" que ninguém nunca conseguirá experimentar ou entender.

O poema está ao alcance das nossas mãos, mas fazer com que a poesia seja parte de nós é um eterno desafio... Exercite.

Fonte: http://www.autores.com.br

FESTIVAIS DE POESIA 2012

O Galpão da Poesia Crioula fez um balanço dos festivais de poesia realizados em 2012. Nota-se o crescimento no número de participantes e uma lista cada vez maior de festivais. Surgiram no ano passado três novos festivais, a INVERNADA DA POESIA CRIOULA (Fazenda Vila Nova), SINOS DO VERSO GAÚCHO (São Leopoldo) e a SELETA DA POESIA CRIOULA (Bossoroca), todos estes já começaram grandes, porém é preciso ter força e apoio suficiente para que continue ao longo dos anos. Já a SESMARIA DA POESIA GÚCHA, se firma como o grande festival da categoria, obtendo o maior número de inscrições e a participação de poetas e declamadores consagrados no cenário gaúcho. Além destes, podemos destacar ainda o crescimento do PEALO DA POESIA CAMPEIRA, a volta com força do BIVAQUE DA POESIA GAÚCHA e a firmação da QUERÊNCIA DA POESIA GAÚCHA. 

2013 começa com a esperança de que todos os festivais consigam se manter e ainda, com a expectativa que novos surjam. Este ano, mais três festivais já estão confirmados: TROPEADA DO POEMA GAUCHESCO (Vacaria), CARRETEADA DA CANÇÃO E POESIA NATIVA (São Valentim – Santa Maria) e o 1º FESTIVAL GALPÃO DA POESIA CRIOULA (Santa Maria). 

E torcemos muito pelo retorno de festivais como: SEIVAL DA POESIA GAÚCHA, FESTIVAL DA BRIGADA MILITAR, PALANQUE DA POESIA, entre outros tantos... 

Abaixo, o calendário dos prováveis festivais que acontecerão em 2013.

6ª QUERÊNCIA DA POESIA GAÚCHA – CAXIAS DO SUL – JANEIRO 2ª INVERNADA DA POESIA CRIOULA – FAZENDA VILA NOVA – JANEIRO 

4ª TROPEADA DO POEMA GAUCHESCO - VACARIA - FEVEREIRO
11º BIVAQUE DA POESIA GAÚCHA – CAMPO BOM - MARÇO 
1º FESTIVAL GALPÃO DA POESIA CRIOULA - SANTA MARIA - JUNHO
15º PEALO DA POESIA CAMPEIRA – ALEGRETE – JULHO 5ª TERTÚLIA MAÇONICA DA POESIA – PORTO ALEGRE – AGOSTO 
SESMARIA DA POESIA GAÚCHA – 18ª QUADRA – OSÓRIO – SETEMBRO 
2º SINOS DO VERSO GAÚCHO – SÃO LEOPOLDO – OUTUBRO 
2ª SELETA DA POESIA CRIOULA – BOSSOROCA – OUTUBRO 
7ª CARRETEADA DA CANÇÃO E POESIA NATIVA - SANTA MARIA - NOVEMBRO

Aqui, você confere como foram os festivais no ano de 2012:

Carlos Omar Villela Gomes, foi o poeta mais premiado em 2012, segundo informações do Jairo Reis


5ª QUERÊNCIA DA POESIA GAÚCHA – CAXIAS DO SUL – JANEIRO

MELHOR POESIA 
1º Lugar: Uma Incrível Batalha entre Dom Quixote de La Mancha e uma Traça Faminta - dos Autores: Rodrigo Bauer e Gujo Teixeira
2º Lugar: Pelas Frestas da Infância - do autor: Zeca Alves
3º Lugar: Razões para Exaltar um Canto - do Autor: Gilberto Trindade dos Anjos

MELHOR INTÉRPRETE
1º Lugar: Zeca Pereira -/do poema: Pelas Frestas da Infância -/ do autor Zeca Alves
2º Lugar: Francisco Azambuja -/ do poema: Razões para Exaltar um Canto – do Autor Gilberto dos Anjos
3º Lugar: Pedro Jr. da Fontoura -/do poema: Uma Incrível Batalha entre Dom Quixote de La Mancha e uma Traça Faminta - dos Autores: Rodrigo Bauer e Gujo Teixeira

MELHOR AMADRINHADOR
1º Lugar: Fabio Soares, Andre Vieira e Cristiano Klein - do poema: Remorsos de Um velho corredor de Carreiras - Autor: Tiago Ilha
2º Lugar: Raul Sartor Filho - do poema: Dulcineia de Fumaça – Autor: Uili Bergamin
3º Lugar: Henrique Scholz - do poema: Uma Incrível Batalha entre Dom Quixote de La Mancha e uma Traça Faminta – Autores: Rodrigo Bauer e Gujo Teixeira

1ª INVERNADA DA POESIA CRIOULA – FAZENDA VILA NOVA – JANEIRO

MELHOR POESIA 
1º lugar: O Que Procuro de Carlos Omar Vilela Gomes na interpretação de Fabricio Vargas
2º lugar: Sem Perdão de Cristiano Ferreira Pereira na interpretação de Cristiano Ferreira
3º lugar: Más Línguas de Pedro Junior da Fontoura na interpretação de Vinicius Nardi

MELHOR INTÉRPRETE
1º lugar: Vinicius Nardi em Más Línguas de Pedro Junior da Fontoura
2º lugar: Neiton Perufo em Soneto de uma Morte Pérfida de Maximiliano Alves de Moraes
3º lugar: Ariel Pereira em Pranto e Pó de Carlos Omar Vilela Gomes

MELHOR AMADRINHADOR
1º lugar: Luciano Salerno e João Batista em Opúsculo de Luciano Salerno
2º lugar: Geraldo Trindade em O Que Procuro de Carlos Omar Vilela Gomes
3º lugar: Vinicius Freitas em Soneto de uma Morte Pérfida de Maximiliano Alves de Moraes

10º BIVAQUE DA POESIA GAÚCHA - MARÇO 

MELHOR POESIA
-1.º lugar: O Viajante Enraizado – de Rodrigo Bauer, com Pedro Junior da Fontoura
-2.º lugar: Sou - de Adriano Silva Alves, com Marco Antonio “Xirú” Antunes
-3.º lugar: Sete Bravos - Um Destino – de Moisés Silveira de Menezes, com Dânny Gris

MELHOR INTÉRPRETE
-1.º lugar: Pedro Junior da Fontoura, em O Viajante Enraizado, de Rodrigo Bauer
-2.º lugar: Fabrício Vasconcellos em Meu Verso, de Mateus Lampert
-3.º lugar: Andréa Eloi, em Semente de Vida, de Jurema Chaves

MELHOR AMADRINHADOR
-1.º lugar: Cristian Camargo e Ricardo Comasseto, em Meu Verso, de Mateus Lampert
-2.º lugar: Geraldo Trindade, Duca Duarte e Texo Cabral, em O Viajante Enraizado, de Rodrigo Bauer
-3.º lugar: Marcos Moraes e Cristiano Neto, em Negro Destino, de Jorge Claudemir Soares

14º PEALO DA POESIA CAMPEIRA – ALEGRETE – JULHO

MELHOR POESIA
1º Lugar: Bolinhas de Cinamomo
Autor: Carlos Omar Villela Gomes
Declamador: Neiton Peruffo
Amadrinhador: Geraldo Trindade 

2º Lugar: Passagens
Autor: Zeca Alves
Declamador: Pedro Junior da Fontoura
3º Lugar: Farrapa Ilusão
Autor: Moacir Dávila Severo 
Declamador: Franco Ferreira

MELHOR AMADRINHADOR
Geraldo Trindade - Bolinhas de Cinamomo - Autor: Carlos Omar Villela Gomes

MELHOR INTÉRPRETE
Neiton Peruffo - Bolinhas de Cinamomo - Autor: Carlos Omar Villela Gomes

DESTAQUE CASEIRO
Seguindo um Caminho - Autor: Arlindo Almeida

4ª TERTÚLIA MAÇONICA DA POESIA – PORTO ALEGRE – AGOSTO

LINHA MAÇONICA
1º Lugar: A VERDADE PREGADA ATRAVÉS DOS SINAIS
Autor: Rodrigo Borges Bueno
Declamador: Adão Bueno

2º Lugar: RITUAIS DE ELEMENTOS
Autor: Rodrigo Canani Medeiros
Declamador: Rodrigo Medeiros
3º Lugar: PAJADA DAS INSTRUÇÕES
Autor: João Darlan Bettanin (Xiruzinho)
MELHOR INTÉRPRETE
Adão Bueno

MELHOR AMADRINHADOR
Valdir Verona


LINHA GAUCHESCA

1º Lugar:  DA SINA DESTAS MULHERES
Autora: Joseti Gomes Soares
2º Lugar:  QUANDO NASCE UMA ESTRELA
Autor: Cristiano Ferreira Pereira

3º Lugar: A CAIXA DOS SONHOS DESFEITOS
Autores: Bianca Bergman e Carlos Omar Villela Gomes

MELHOR INTÉRPRETE
Neiton Perufo

MELHOR AMADRINHADOR
Texo Cabral (Gaita Harmônica) e Geraldo Trindade (violão)

SESMARIA DA POESIA GAÚCHA – 17ª QUADRA – OSÓRIO – SETEMBRO

MELHOR POESIA 
1º lugar – Eu... Espinho de Henrique Fernandes, com Liliana Cardoso
2º lugar – Apenas um poeta louco de Jurema Chaves, com Luiz Afonso Ovalhe Torres
3º lugar – Disparo de tropa de Cândido Brasil, com Neiton Perufo

MELHOR INTÉRPRETE 
1º lugar – Liliana Cardoso / Eu... Espinho
2º lugar – Jair Silveira / Cantigas para Juvêncio Gonzales
3º lugar – Priscila Alves Colchete / De Heróis e Chacais

MELHOR AMADRINHADOR
1º lugar - Henrique Arboitte Torrel de Bail , Pedro Luis Lemos e Fabrício Vargas
2º lugar - Lucas Morais (violão) - Clarissa Figueiró Ferreira (violino)
3º lugar - Marcus Morais e Bernardo Dahmer (violino)

MELHOR TEMA “DECLAMADORES”
Pra quem enfrena um verso
Autores: Cristiano Ferreira Pereira e Cláudio Silveira
Declamador: Zeca Pereira
Amadrinhador: Cláudio Silveira

1º SINOS DO VERSO GAÚCHO – SÃO LEOPOLDO – OUTUBRO 

Melhor Tema do Festival – Imigração Alemã
NO RASTRO DATERRA
Autores: Alberto Sales e Joseti Gomes
Declamador: Paulo Ricardo dos Santos
Amadrinhador: Jeferson Monteiro

MELHOR POESIA
1º Lugar: OS PRIMEIROS VENTOS
Autores: Bianca Bergman e Carlos Omar Villela Gomes ,
Declamador: Neiton Perufo
Amadrinhador: Geraldo Trindade

2º Lugar: PAJADA NO FIM DO MUNDO
Autor: Vaine Darde
Declamador: Pedro Junior da Fontoura
Amadrinhador: Ricardo Pacheco

3º Lugar: PRELÚDIO A UM CAMPO SANTO... QUANDO A ALMA PEDE BEM MAIS QUE CÉU
Autor e declamador: Luciano Salerno
Amadrinhadores: Denis Magalhães / Robson Paines / Fernando Aguiar

MELHOR INTÉRPRETE 
1º Lugar: PRISCILA CAMPEOL
Poema: DE RASTROS E RETALHOS \ Autor: Jeferson Valente
2º Lugar: NEITON PERUFO
Poema: OS PRIMEIROS VENTOS \ Autores: Bianca Bergman e Carlos Omar Villela Gomes
3º Lugar:PAULO RICARDO DOS SANTOS
Poema: NO RASTRO DATERRA \ Autores: Alberto Sales e Joseti Gomes

MELHOR AMADRINHADOR 
1º Lugar: Denis Magalhães / Robson Paines / Fernando Aguiar
Poema: PRELÚDIO A UM CAMPO SANTO... QUANDO A ALMA PEDE BEM MAIS QUE CÉU
Autor Luciano Salerno
2º Lugar: Adão Quevedo - Poema: ROMANCE DE PAMPA E SOL \ Autor: Danilo Kuhn
3º Lugar: Marcus Morais - Poema: DE RASTROS E RETALHOS \ Autor: Jeferson Valente

1ª SELETA DA POESIA CRIOULA – BOSSOROCA – OUTUBRO

1º LUGAR - A CASA DA BEIRA DO RIO
Autor: Elton Saldanha
Intérprete: Pedro Junior da Fontoura
Amadrinhador: Marcus Morais

2º LUGAR - QUANDO UM POETA SE CALA
Autor: Fabricio Vargas
Intérprete: Natália Fonseca
Amadrinhador: Derlimar da Costa Oliveira

3º LUGAR - DÉCIMA DA INSPIRAÇÃO
Autor: Ari Pinheiro
Intérprete: Arilson Alves
Amadrinhador: Jair Silveira